O Que é Enxaqueca: Entendendo a Complexidade da Doença
A enxaqueca é frequentemente mal interpretada como uma simples dor de cabeça, mas na realidade, é uma condição neurológica complexa e de origem genética. Com uma gama de sintomas que vão além da dor, a enxaqueca pode afetar homens e mulheres de todas as idades, inclusive crianças e idosos. Durante a idade reprodutiva, as mulheres são mais suscetíveis, especialmente devido aos ciclos menstruais, mas fora desse período, a prevalência é similar entre os gêneros.
No Brasil, estima-se que cerca de 30 milhões de pessoas sofram com essa doença, sendo que no estado de São Paulo, uma em cada quatro a cinco mulheres é afetada. A enxaqueca crônica, caracterizada por dores de cabeça diárias, atinge aproximadamente 7% da população brasileira, um dos índices mais altos do mundo.
Genética e Sintomas da Enxaqueca
A causa da enxaqueca está nos genes de predisposição, tornando-a uma doença hereditária. Os sintomas típicos incluem dores de cabeça de intensidade moderada a forte, com sensação pulsante ou latejante, e podem ser acompanhados por fonofobia (intolerância ao barulho), fotofobia (intolerância à claridade), osmofobia (intolerância a cheiros fortes) e sintomas gástricos.
Além disso, muitos pacientes experimentam sintomas neurológicos como auras, que geralmente ocorrem antes da dor de cabeça e podem incluir distúrbios visuais ou perda temporária da visão. As auras duram no máximo 60 minutos e são reversíveis. A tontura também é um sintoma neurológico comum associado à enxaqueca.
Diagnóstico e Tratamento da Enxaqueca
O diagnóstico da enxaqueca é essencialmente clínico e não depende de exames complementares como tomografia, ressonância magnética ou eletroencefalograma. Um neurologista especialista realiza o diagnóstico com base na história do paciente, incluindo o histórico familiar e a descrição detalhada das crises. Embora não haja cura para a enxaqueca, o tratamento eficaz visa o controle da doença.
Existem duas abordagens: o tratamento da crise, que alivia os sintomas no momento em que ocorrem, e o tratamento preventivo, que é mais importante e menos conhecido. Este último envolve o uso diário de medicações específicas, prescritas por um médico, que previnem a ocorrência das crises.
Recomendações para Pessoas com Enxaqueca
É fundamental que quem sofre de enxaqueca não minimize a doença ou acredite que deve conviver com a dor sem buscar tratamento. O uso excessivo de analgésicos pode agravar a condição, levando à enxaqueca crônica.
A recomendação é procurar um neurologista para um diagnóstico adequado e manter um diário de dor de cabeça, anotando os sintomas, a frequência e a duração das crises, bem como os possíveis gatilhos, como jejum prolongado, estresse, privação de sono e período menstrual. Essas informações são valiosas para o médico entender melhor a doença e oferecer um tratamento mais eficaz.