Entendendo as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)
As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são infecções que se propagam principalmente através do contato sexual. A transmissão ocorre quando há contato direto com mucosas infectadas ou lesões, como é o caso da sífilis, cancro mole, linfogranuloma venéreo e a infecção pelo HIV.
Essas doenças são causadas por uma variedade de agentes patogênicos, incluindo vírus, como o herpes simples e o papilomavírus humano (HPV), que hoje pode ser prevenido com uma vacina eficaz. O HIV, vírus da imunodeficiência humana, é considerado um dos mais graves entre os agentes virais. As infecções bacterianas também são preocupantes, com destaque para a sífilis, causada pela bactéria Treponema pallidum.
Prevenção e Desafios no Combate às DSTs
A principal ferramenta de prevenção contra as DSTs é o uso do preservativo. Apesar de sua eficácia e da ampla divulgação sobre como as DSTs são transmitidas, as mudanças de comportamento e a utilização consistente do preservativo ainda não são práticas comuns. Isso resulta em um aumento contínuo no número de casos de doenças como a sífilis e a infecção pelo HIV. A educação sexual e a conscientização sobre o uso de preservativos são essenciais para reverter esse cenário.
A História e o Resurgimento da Sífilis
A sífilis é uma doença antiga, com registros que remontam à Grécia Antiga. No entanto, foi durante o final do século XV e início do século XVI, com as grandes navegações e o aumento do comércio marítimo, que a sífilis se disseminou amplamente. Acredita-se que a doença tenha se originado nas Américas e se espalhado para a Europa.
Com a descoberta da penicilina em 1928 por Alexander Fleming e sua posterior utilização a partir de 1941, houve uma significativa redução nos casos de sífilis. Contudo, nos últimos anos, observa-se um preocupante ressurgimento da doença, atribuído à falta de prevenção e ao não seguimento das recomendações médicas.
O Impacto da Sífilis na Gestação e na Saúde Neonatal
A sífilis durante a gestação é uma questão particularmente grave, pois pode levar à sífilis congênita, afetando o recém-nascido. Dados do Ministério da Saúde do Brasil de 2012 indicam que 3,3 por mil recém-nascidos são afetados pela sífilis congênita, uma condição totalmente evitável se a gestante for diagnosticada e tratada precocemente.
A realização de exames sorológicos no pré-natal e no terceiro trimestre de gravidez é crucial para prevenir a transmissão da doença ao bebê. Infelizmente, apenas uma pequena porcentagem das gestantes segue essa recomendação.
Tratamento da Sífilis e a Importância do Tratamento do Parceiro
Além de tratar a pessoa infectada, é fundamental tratar o parceiro sexual para evitar reinfecções. A sífilis evolui em estágios, começando com uma ferida indolor que pode passar despercebida, especialmente em mulheres devido à anatomia genital.
Sem tratamento, a doença pode progredir para a sífilis secundária, com sintomas como manchas vermelhas pelo corpo e febre, e eventualmente para a sífilis terciária, que pode causar complicações graves, incluindo problemas neurológicos e cardiovasculares. A transmissão da sífilis durante a gravidez continua sendo uma causa importante de mortalidade infantil e de alterações congênitas graves.
A Importância da Educação Sexual e do Uso do Preservativo
A prevenção das DSTs, incluindo a sífilis, é possível através do uso correto e consistente do preservativo. A maioria das DSTs tem tratamento eficaz, com altas taxas de cura quando diagnosticadas precocemente.
A educação sexual nas escolas e na comunidade é essencial para aumentar a conscientização sobre a importância do uso do preservativo e para promover práticas sexuais seguras.
A intensificação desses esforços educacionais é um passo crucial para reduzir a incidência dessas doenças preveníveis.